Faça o seu DONATIVO à Paróquia de São Pedro de Vilar do Paraíso. IBAN PT50 0018 000010163256001 75 (Fábrica da Igreja Vilar do Paraíso). Se desejar recibo para efeitos de IRS, envie e-mail para: parocovp@gmail.com. Muito obrigado!

quinta-feira, 8 de março de 2018

PAPA FRANCISCO, O MUNDO E A IGREJA NO FEMININO

Sonha uma Igreja pobre, mas também uma Igreja «esposa e mãe», porque «a mulher é o grande dom de Deus, é a harmonia do mundo». Há muitas vezes intensidade lírica quando o papa Francisco fala das mulheres. Mas há também profundidade teológica – como emergiu há alguns dias na decisão de inscrever no calendário litúrgico a memória da Virgem Maria Mãe da Igreja – e paixão civil, como quando, na semana passada, denunciou «a persistência de uma certa mentalidade machista, inclusive nas sociedades mais avançadas, nas quais se consumam atos de violência contra as mulheres, vítimas de maus-tratos, de tráfico e lucro, bem como reduzidas a objetos em alguma publicidade ou na indústria do entretenimento».

Mas se, no dia dedicado à mulher, tivéssemos de ir à procura da “marca feminina” mais original de Francisco, só poderíamos salientar a sua atenção ao papel materno. E não só pelos muitos acenos dirigidos nestes anos à mãe Virgem Maria e à avó Rosa, mas sobretudo pelo que escreveu nos seus textos mais significativos. Na “Amoris laetitia”, refletindo sobre a queda da natalidade, anota: «O enfraquecimento da presença materna, com as suas qualidades femininas, é um risco grave para a nossa terra». Um compromisso materno que, a par das suas qualidades tipicamente femininas, «conferem-lhe também deveres, já que o seu ser mulher implica também uma missão peculiar nesta terra, que a sociedade deve proteger e preservar para bem de todos» (n. 173).

Também é forte no papa o tema da paridade e da reciprocidade homem-mulher, na convicção de que uma mãe, para destacar as suas características de maneira equilibrada, precisa de interagir com um homem-pai num plano de igual dignidade. Recordou-o, entre muitas outras ocasiões, na audiência geral de 22 de abril de 2015: «Quando finalmente Deus apresenta a mulher, o homem reconhece, exultante, que essa criatura, e só ela, é parte dele. (…) Finalmente há um espelhamento, uma reciprocidade. A mulher não é uma “réplica” do homem; vem diretamente do gesto criador de Deus». Homem e mulher – sublinhou – são da mesma substância e são complementares.

Sem comentários: